quarta-feira, 16 de julho de 2014

NOVA ÓPERA DE JORGE ANTUNES ESTREIA EM BRASÍLIA


A Cartomante, nova ópera de Jorge Antunes, será estreada em Brasília no dia 30 de julho, na programação do IV Festival de Ópera de Brasília. Após a estreia do dia 30, seguir-se-ão mais três récitas nos dias 1º, 2 e 3 de agosto. Sempre com entrada franca.
O libreto é do próprio Antunes e é baseado no conto homônimo de Machado de Assis. A ópera é uma encomenda financiada pelo FAC-DF (Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal).
Nas quatro récitas a OSTNCS (Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro) será dirigida pelo Maestro Jorge Lisbôa Antunes, filho do compositor Jorge Antunes. Nos papéis principais estão a soprano Janette Dornellas (Rita), o tenor Jean Nardoto (Camilo), o barítono Marlon Maia (Vilela) e a contralto Clara Figueiroa (Cartomante). A direção cênica é de Francisco Frias e os cenários são de Miguel Simão.
O drama e a tragédia, que se prenunciam, são simbolizadas na Dança da Mulher Vermelha, um balé eletrônico que será interpretado pela dançarina Melissa Patusco.
O maestro Gabriel Muniz prepara o coro masculino (operários da fábrica), que tem o operário Zé da Silva, interpretado pelo tenor Roney Calazans, como a grande liderança da insurgência operária.
A ópera tem três atos, sendo que cada ato é dividido em duas cenas. Na adaptação que o Maestro Antunes fez do conto machadiano, os personagens mantêm os mesmos perfis, mas o triângulo amoroso e o final trágico do conto original ganham contornos com características da conjuntura atual: os amigos de infância Camilo e Vilela da história original, são, na ópera, respectivamente, um líder sindical pelego e um dono de fábrica explorador. A bela Rita, que compõe o triângulo amoroso, é a grande surpresa da história. A cartomante da ópera mantém o aspecto do conto original, certeira em suas previsões, sem charlatanismos.
A linguagem que Jorge Antunes utiliza é eclética, na mesma linha de suas óperas Qorpo Santo e Olga: orquestra com ambientações sonoras arrojadas, árias atonais e neotonais e sons eletrônicos.
O coro masculino representa os operários da fábrica. Os solistas exploram toda a riqueza da paleta vocal: canto normal, spreachgesang, fala e sussurro-cantado.
Com o fechamento, para obras, do Teatro Nacional de Brasília, o IV Festival de Ópera de Brasília será realizado no Teatro Pedro Calmon, no Setor Militar Urbano.


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